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Não há comonegarque o corpo (nele inclui-se os cabelos) é uma forma de linguagem. A maneiracomonos vestimos ounos penteamos revela, muitas vezes, umtraço da nossacultura e da nossaprópriapersonalidade. É, também, através daestéticaque notamos a valorização do negrodiante de suas próprias característicasfísicas. Masanalisar os aspectos da conscientização de umpovo, apenas avaliando os padrõesestéticos é uma visão, no mínimo, superficial.
O discurso de queparasernegro é precisoter o cabelo X ou Y caducou. O negroconscienteatualjá ultrapassou essa questão, afinalnão podemos maisser julgados pelanossaaparência.
Certamentemuitosnegrosaindanão estão conscientes de seupapelsocial, masnão dá parapadronizar todas as pessoas, a fim de mostrarque a politização, de fato, existe. Têm pessoascomcabelos “de negro” e que desconhecem algunsfatoressimples a respeito do candomblé, das lutas e conquistas dos escravos e da culturanegra. Se o cabelo do negro tem quesersempre de uma maneira, suprime-se aí a condição de liberdade. Com o passar do tempo o negronão poderá usarcalçajeans e camisetabrancaparanão se assemelhar a forma de vestir de umbrancoouterá queseguirapenas a religião do Candomblé, porexemplo.
Ter a própriacorrente de pensamento, sentir-se negro, masantes de tudo, sentir-se humano. Reverter a condição de escravidão é o grandedesafiopara a coletividadenegra e issonão será conseguido apenas estilizando os cabelos, masquando o negroconseguir a suainserçãojusta na sociedadeatravés da educação.
Pessoas de todas as cores continuam pregando o discursoque prevalece a cor da pele e o tipo de cabeloparaidentificar se umindivíduo é negroounão. A questão da negritude é a de sentir-se, identificar-se e assumir-se comonegro. Não é a cor da pele, nem o penteadoque define se alguém é ounãonegro, ou se alguém é menosoumaisnegroqueoutro. É uma questãoque envolve coragem e opinião, envolve consciência, reflexão, cultura, intelectualidade, busca aos antepassados, atitude.
Sou mulhernegra, consciente do meupapelsocial e, antes de tudo, sou livreparadecidirsobre o meucorpo. Não sou a imagemdiante de vocês, sou umcomposto de tudoque acredito, isso envolve a minhaconsciência, a minhacapacidade de pensar, a minhaessênciahumana, queinfelizmentenão pode servista, mas pode ser percebida através das minhasatitudes.
Exaltar as nossas característicasfísicas é basilar, mas é precisoquenósnegros tenhamos uma consciênciamaduraemrelação à educação. É precisovermaisnegros na Política, na Medicina, na Comunicação, na Educação e em várias esferassociais, quenão sejam as mais costumeiras: as cozinhas, os presídios e as sinaleiras. E é a partir dessa mudançaque o negrocomeça a se afastar do papel de vítimasocial, admitindo suarealconsciência, assumindo uma posturamuitomaisativa e participativa no processo de transformação da própriarealidade e, consequentemente, da história.
E essa metamorfosenão pode sersuperficial, não pode ficar no plano das aparências. Elaprecisaser interiorizada, precisafazerparte da nossaconsciênciareflexiva, da nossaessência. De nada adiantará afirmar a identidadeapenas no aspectovisual, emcortes e penteados de cabelos, e continuar a carregar o estigma de “coitadinho” da história, escravizado e mutilado intelectualmente, semvez e voz.
Ontem fiz minha exposição na XII SEMOC e, sem muita modéstia, me saí muito bem. O encontro foi deveras gratificante e provocativo. Após o término, senti a sensação de dever cumprido e muito bem.
Trabalhar em prol da pesquisa, para mim é fascinante, é uma pena que não possa me dedicar mais. Expor os trabalhos para outras pessoas, ultrapassar as fronteiras da sala de aula, mostrar o que está sendo produzido, perceber pontos de vista totalmente distintos dos nossos, promover diálogos maduros e questionadores para que se consiga criar novos conceitos e novas visões de mundo são fundamentais para que o estudante universitário possa perceber o verdadeiro sentido de Universidade.
Quero agradecer especialmente as presenças de Taiane Lima (amiga de todos os momentos, principalmente os acadêmicos) e Professor Hugo Belens (chefe, colega de trabalho e amigo da minha vida inteira), vocês foram 1000.
Aproveito, ainda, para agradecer também a Professora Regina Gomes, pela confiança, pelo convite e incentivo para expor o artigo na SEMOC. Quando crescer quero ser que nem ela: uma orientadora leve, próxima, sensata e bastante eficiente na forma de transmitir os conhecimentos. (rsrs)
Mais duas marcas para o Portfólio. Criações desenvolvidas para servir como logomarca da disciplina do sétimo semestre, Produção Publicitária em TV (PPTV), do curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda, da Universidade Católica do Salvador – UCSal, solicitada pelo professor Eduardo Joffily Ayrosa.
Na semana de 19 a 23 de outubro acontece em Salvador a XII SEMOC – Semana de Mobilização Científica, promovida pela Universidade Católica do Salvador - UCSal, sob o tema “Segurança: A paz é fruto da justiça”. Neste evento, estarei participando da Sessão de Comunicação “Discurso em Mídia” que integra a SEMOC, no dia 21/10/2009, das 08h30 às 10h30, no campus da Lapa, apresentando um trabalho científico de minha autoria, com título “Os artifícios utilizados no discurso das editorias Saúde e Nutrição das revistas Boa Forma e Corpo a Corpo”, orientado pela Prof.ª Dra., Regina Lúcia Gomes S. e Silva. A SEMOC é aberta a toda comunidade, mas, para participar, é necessário fazer a inscrição através do site http://www.ucsal.br/. Conto com a presença e participação de todos.
O quê: Sessão de Comunicação - Discurso em Mídia Quando: 21/10/2009 (quarta-feira), das 08h30 às 10h30 Onde: UCSal, Campus Lapa (Convento da Lapa – Nazaré)
Uma sonhadora, apaixonada por gente de verdade, por barulho de chuva na janela, dias frios, beijos apaixonados, cheiro de lençol limpinho e todo tipo de arte.
Um ser humano incompleto, imperfeito, mutável, mas com a cabeça e o coração cheios de esperanças.