Ultimamente tenho tido umas vontades estranhas. Estranhas porque não as tinha antes. Vontade de mudar horários, de freqüentar lugares diferentes, ler livros e textos diferentes... Estou mais paciente, por exemplo. Se querem saber se isso é falta de personalidade, respondo logo que não. Afinal se tem algo que me sobra é personalidade. Tenho passado por um processo de transformação interna, modificando a minha realidade, arrumando a coisas, pondo cada uma em seu devido lugar. Tenho tido toda coragem do mundo de abandonar tudo que não acredito e que, de alguma forma, já não faz mais sentido.
Deve ser porque o meu aniversário ta próximo, a faculdade ta acabando, minha sobrinha ta nascendo, novas oportunidades e conquistas estão surgindo e um projeto profissional ousado está iniciando. Aí começam as expectativas. Será isso mesmo? Não sei.
Abandonei velhos hábitos, velhos conselhos, velhos amigos, velhos parceiros. Abandonei o fútil, o descartável, abandonei o que não era de verdade, o que não era intenso. E se você me pergunta se tudo que abandonei me faz falta, respondo: nenhuma!
Sou assim mesmo. Um composto de doçura com agressividade, de mulher forte e menina leve, que toma partido das coisas, que se compromete, que se adapta às circunstâncias, que não tem medo de errar, de dizer e ouvir verdades, de ser gente. Comigo ou é tudo ou é nada.
E como me sinto agora? Tranqüila, feliz, madura, viva, com a esperança que algo muito bom estar por vir. Me sinto adulta, segura, mais fiel aos meus sonhos, mais senhora de mim e das minhas vontades. Acho que vou ouvir mais as pessoas que dizem que sou especial, que vou longe, que meu futuro será brilhante e tal e coisa. Até porque eu tenho sentido muito isso mesmo, e, podem acreditar, se sentir assim só faz bem.
Pode ser um sinal de um novo tempo ou pode ser que eu tenha passado a perceber o “meu tempo” de outra maneira. O “tempo” ainda não ta perfeito, porém ele segue do jeito que eu gosto: dias iluminados com raios de sol ameno e noites frescas com pingos de chuva na janela.